sábado, 17 de outubro de 2009

18 de outubro, dia do médico



Ser médico é um sacerdócio e não um negócio.
Lembro como se fosse hoje do dia 24 de dezembro de 1999, eu estava na UTI como paciente, minha vida parecia ir desaparecendo de cada pedaço de meu corpo, mas meu espírito resistia e queria viver. Uma doença desconhecida queria me levar, mas eu sabia que não era o meu momento, uma multidão de amigos lá fora rezava, torcia e orava por mim. A mão da ciência não me deixou parti, a Dra. Judithy salvou minha vida, ela já nem lembra mais de mim, mas eu lembro dela. Não consigo esquecer que no ano seguinte também no final de dezembro, uma das mais nobres pessoas que já conheci nessa vida brigava por continuar aqui, era meu amigo Maximo. Um grupo de anjos de Branco tentou ajuda-lo de todas as formas, mas ele não resistiu e partiu, nos deixou. No dia 22 de dezembro de 2002 depois de quase um ano lutando pela vida depois de sofrer um acidente, meu irmão Pedro, faleceu, foi um dos momentos de maior indignação de minha vida, pois eu sabia que aquele também não era o momento dele, mas ele não teve a mesma sorte que eu. Houve uma diferença que fez a diferença, eu tive a sorte de ser atendido em um hospital particular e ele o azar de haver estado em um hospital publico. Naquele dia eu queria encontrar um culpado, e geralmente a primeira pessoa que queremos culpar é o médico, mas eu sabia que a culpa transcendia aquele profissional que não salvou meu irmão, e se tratava dos velhos costumes de como a saúde vem sendo tratada no nosso país, um negocio, um mercado, um cínico desrespeito a vida. Aquele foi o dia que eu mais tive vontade de poder  fazer algo para mudar isso, e tive a sorte de logo em poucos dias receber uma bolsa de medicina do presidente de Cuba Fidel Castro.  Hoje sou médico, e sei a quantidade de desafios que tenho pela frente, também sei que vou trabalhar toda minha vida no serviço publico, e vou doar minhas forças para que nenhum filho de pobre morra como conseqüência da ineficiência e do descaso que existe nos locais de atendimento publico de saúde. Parabéns Dra. Judithy, parabéns amigos médicos formados em Cuba até então marginalizados por nosso sistema, parabéns a todos aqueles médicos que pensam na vida e não nos reais que pode render uma consulta.

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